O Campus Canguaretama do IFRN se tornou palco, no dia 23, de um importante momento de valorização da cultura e da memória dos povos originários do Rio Grande do Norte. Como parte da programação do Abril Indígena, o auditório da unidade recebeu a palestrante Meyrianne Costa, indígena potiguara, licenciada em Educação do Campo pelo IFRN e mestre em Antropologia pela UFRN, para apresentar os resultados de sua dissertação de mestrado sobre a Mata do Catu como lugar de memória.
A programação incluiu ainda o lançamento de livros escritos por professores indígenas, frutos do Projeto Saberes Indígenas, que também tem o IFRN como espaço formador.
Neste ano, o Abril Indígena rememora os 20 anos da primeira audiência pública dos povos indígenas no RN. A série de atividades desenvolvidas pelo IFRN começou com uma visita técnica dos docentes à comunidade indígena Catu dos Eleotérios, como parte do Encontro Pedagógico, onde vivenciaram experiências de ensino e aprendizagem em língua tupi, com crianças da escola local.
Para o diretor-geral do campus, Flávio Ferreira, o envolvimento da instituição é parte de um compromisso permanente com as comunidades indígenas da região. “Avaliamos de maneira positiva. O Abril Indígena é um mês de celebração da cultura e resistência dos povos indígenas. O Campus Canguaretama tem atuado de maneira ativa e propositiva em parceria com as aldeias do estado através de inúmeros projetos”, afirmou.
Um dos momentos mais esperados da programação será a concessão do título de Doutor Honoris Causa ao Cacique Potiguara, Luis Katu, aprovada por unanimidade pelo Conselho Superior da instituição. A cerimônia ocorrerá ainda este ano, no próprio campus, como reconhecimento à liderança e à luta do cacique em prol dos direitos e da cultura indígena.
A agenda do Abril Indígena segue até o dia 30 de abril com oficinas e jogos tradicionais. Já em junho, a celebração culminará com a entrega do título honorífico.