Este trabalho apresenta um estudo das experiências cotidianas da comunidade indígena Katu no espaço escolar da Escola Municipal Indígena João Lino da Silva – EMIJLS, localizada no município de Canguaretama no estado do Rio Grande do Norte. Concebido na perspectiva etnográfica, cujo enfoque, foi observar as atividades práticas da escola enquanto importantes expressões tradicionais de suas experiências coletivas. Teve como objetivo identificar as atividades didáticas, e como elas tem se apresentado no espaço escolar contribuindo para o processo de afirmação de identidade étnica. O trabalho está disposto em unidades de experiências a partir das atividades desenvolvidas na escola indígena: o ensino da língua tupi, o ensino da pintura, do toré, do artesanato e as narrativas. Destacou-se nas atividades as peculiaridades culturais da relação com a natureza, a oralidade, a memória e ao uso de suas tradições com um forte senso de pertencimento do seu território e manutenção da identidade étnica. Assim, ratificamos que a educação escolar indígena desenvolvida por meio de suas tradições fortalece a identidade étnica de seus membros dando maior visibilidade e materialidade à escola indígena, conforme suas possibilidades e desafios de resistências nesse processo de afirmação identitária, bem como dos processos da comunidade/escola na perspectiva de projetos futuros. As realizações dessas práticas educacionais como estratégias de resistência da identidade étnica foram evidenciadas na aproximação com os estudos da antropologia e da educação por meio das experiências etnográficas no espaço escolar e pela observação participante. Por fim, evidencia-se que, como sujeitos de direito à educação, ao mesmo tempo em que buscam legitimar as suas práticas educacionais diferenciadas, no saber falar e viver entrelaçados, a comunidade Katu e a escola indígena constroem o significado de suas ações culturais para viver e resistir enquanto indígenas em território no estado do Rio Grande do Norte. Palavras-chave: Comunidade Katu.