Antigamente eu andava aqui tudo, onde tinha brincadeira, onde tinha jogo eu tava… Agora chega um branco com um papel escrito umas coisas e diz que essa terra é dele…” relembra Nino Caninana, enquanto guia mais um grupo de visitantes para a trilha pela mata às margens do Rio Catu, rio este que dá nome e vida à Comunidade Indígena do Catu, no município de Canguaretama, Rio Grande do Norte. Em 2010, o IBGE registrou 2597 índios espalhados pelo estado, menor número em todo o país. Essa diminuição foi gradual e dolorosa para a comunidade do Catu, e diante disso, as comunidades resistentes necessitam lutar com ainda mais força para afirmar sua cultura e garantir sua terra e sua sobrevivência. Antes da chegada de qualquer sinal de sociedade externa, viviam na ponta do mapa do Brasil, um grande número de índios; eles se comunicavam unicamente em tupi, viviam da agricultura de milho, amendoim, feijão, abóbora, da mandioca e da batata-doce, da caça e da pesca e mantinham contato direto com sua mãe tão rica e protetora, a Natureza