No cantinho da praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, a Colônia de Pescadores Z13 comemorou seus 100 anos em 2023. O grupo resiste trabalhando em uma ocupação tradicional e artesanal de pesca, acompanhando de camarote as transformações de um dos principais cartões postais brasileiros. A rotina é a mesma todos os dias: sempre que as condições do mar permitem, buscam seus pescados e então comercializam corvina, pescada, anchova e marimbás fresquinhos, em bancas perto da areia, direto para o cliente.
Mas o cenário de barcos e redes inclui também uma poluição pouco mapeada e aparentemente inofensiva: fios de cabelo, pequenos pedaços de plástico, fio dental, algodão e outros itens de higiene pessoal que ficam enroscados nas redes de pesca. "Esses resíduos, conhecidos por 'cabelo de cano' são pequenos e formam um emaranhado, muitas vezes misturado com matéria orgânica, então é difícil retirá-los das redes. No mar, a trama fica aparente aos peixes, espantando cardumes", dizem Maíra Fernandes e Mariana Andrade, oceanógrafas da empresa Bloom Ocean.